25 de abril de 2011

Ying Yang

Penso e sinto o coração a disparar, a ansiedade a crescer e a respiração a pregar-me partidas. Sinto o ar a pesar dentro de mim, quebrando-me os joelhos e largando-me no chão. Qual tronco abatido e tombado pelo vento, que empoeira o ar à sua volta. Tusso compulsivamente todo este lodo na tentativa de me libertar das areias movediças que me empurram para o ar, cortando o meu elo terrestre. Agarro fortemente aquela vontade que me faz voar em direcção ao chão que me abraça. Como um troféu no final de uma corrida disputada, em que ninguém vence a partida de uma meta que nunca existiu.

Sorrio enamorada por este ar que me circunda e que me eleva ao um clímax sentimental puro. Sinto a paz a entrar pelos poros da minha pele que arrebata e me prende neste paraíso. Como um avião de destino paradisíaco que voa livremente sobre um mar tumultuoso. Entro determinada pelas ondas que saciam a fome do toque aveludado de uma rosa. Envolta naquelas partículas transparentes que me elevam ao azul celestial e me deitam docemente no primeiro novelo branco que encontram. Enrosco-me num abraço apertado de forma a sentir aquele algodão em mim.

Oh que dor deliciosa que brota em mim como feridas abençoadas.

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