24 de outubro de 2011

Parque de Diversões

Sigo e baixo. Mais uma volta num qualquer parque de diversões que visito. Parar? Um dia, eventualmente, a manutenção será impossível, mas haja esperança, e que a maquinaria projectada pelas grandes industrias se mantenha a funcionar por longos e duradoiros anos. Não me atrevo a andar na montanha russa, as curvas e contracurvas e os loopings que nos transmite um extâse, uma mistura de medo com fortes sensações de elouquência , vibrações e constante impossibilidade de concentração num qualquer pensamento abstracto ou sério, assusta-me, e nessas condições, passo para o próximo corrossel, a roda gigante aparece sempre como um lugar romântico, onde no topo vejo toda a cidade, quase belo como o castelo de são jorge, onde avisto parte de Lisboa , e no alto é possível vaguear nos telhados da velha cidade. Mas, sabe-se e é sabido desde sempre que o que sobe desce, e alternar entre o cimo e o baixo lembra-me o velho pi com os seus "enos" que alguém decidiu definir, o próprio circulo é demonstração disso, e o como o relógio, um único sentido, não consigo permanecer muitas voltas neste, ao fim de conhecer a cidade, que mais podem os meus olhos observar? haverá mais algum? É claro, o mundo é cheio de oportunidades, e assim serão os parques de diversões. A casa de terror é uma próxima etapa, atravessar, sentir o medo e o constante suspense do que puderá surgir por detrás da próxima porta. Mas próprio conceito de representar cenas de alguns teatros, livros e filmes recorda-me que num mundo onde a representação é já vivida na própria vida, que não há necessidade de acrescentar um pouco mais de mentira e manipulação, e que talvez não haja mal em não atravessar os corredores que os especialistas em design projectam. Passando numa ponta a outra, assento a ideia num leve pensamento, percorrer os brinquedos, só por fora, deambular entre eles, e experimenta-los, um pouco de cada vez, para não me aborrecer.

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