Não seria necessário muito, não estivessem as árvores esmorecido ao tempo solene e perdido as suas folhas, permanecendo despidas e desprotegidas, aos ventos fortes que a fúria da terra decide condenar a sua mais petulante criação. Não tivesse eu já perdido e longe, possuído de uma eloquência que o Ser exige, que toda a experiência impulsa, num acto que acontece, vago e obscuro, falsamente conduzido pelo o espírito que reclama a Revolução.
Não seria necessário muito, fosse eu uma virtude e o meio a minha razão. A minha certeza demonstrável axiomaticamente. E alma adormecesse num velho recanto, onde ninguém vai, onde ninguém procura, escondida, desaparecida, levando consigo aquele dia fresco e suave, quando o sol aquece e não queima, e o momento belo e sublime, aquele onde os sentidos inebriados trazem à terra o paraíso continuamente prometido.
Não seria necessário muito, se a procura dos conceitos inúteis, minúsculos ao olhar infinito do oceano, permanecessem invisíveis ao corpo mais sensível. Não seria necessário muito, não cantassem as estrelas, em vozes continuamente intermitentes, a frustração de estar longe, demasiado longe, de tudo aquilo que nos liga.
12 de outubro de 2009
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