Como posso eu lidar com um sentimento que não vejo reflectido no outro ser, objecto dessa emoção? Estranho ter de pensar nisto. Geralmente gosta-se, quer-se e pronto. Mas, nem sempre é assim…
É possível amar sem se ser amado? Não… Impossível! O amor... Aquele verdadeiro, só existe quando estão presentes duas pessoas, cada uma a contribuir para esse sentimento que, não é de uma, nem da outra. Mas, é possível sim, apaixonarmo-nos por alguém, sem sermos correspondidos. Acções, palavras, momentos, que nos apanham o coração, nos preenchem os dias, desde que acordamos. E quantas são as vezes que essa paixão nos assalta os sonhos sem que nós possamos fazer algo para contrariar…
Sorrimos, voamos, bailamos pela casa fora, cantando a essa emoção tão boa, tão especial. Acreditamos fortemente sermos as pessoas mais felizes à face da terra. E ninguém, repito, ninguém, conseguiria alterar esse pensamento. Passa a existir uma só pessoa no nosso Universo, tudo e todos estão viradas para ela, e nós, vivemos, respiramos, a vida dela, o ar dela.
Mas… Se de repente, por qualquer razão (in)justa, o alimento que saciava esse sentimento se esvanece no ar, largando-nos no chão frio, à mercê desse abutre que anda sempre à espera de uma falha, a Tristeza. O mundo desaparece da nossa vida. O ar queima a entrar dentro de nós. O Universo caí sobre o nosso peito, sufocando-nos… As lágrimas brotam dos olhos, tamanha fonte inesgotável. Dor… é o temos… Aliás… Dor e paixão… Dor pela paixão que sentimos. Paixão por algo que nos provoca dor… Estranho ou inevitável?
Deveríamos ou não lutar? Sim… sem dúvida alguma. Todo o ser humano busca a felicidade. Devemos nós, também, lutar por ela e, porque acreditamos que o outro ser é a nossa felicidade, deveremos correr atrás dele. Mas... é legítima essa luta? Depende da razão, dos sentimentos, da vontade. E aqui… já não somos só nós. Razão, sentimentos, vontade de ambos. Compreensão, perdão, união. Pontos-chave nesta luta, por vezes, desigual…
Desigual…
Constante obstáculo que cresce do outro lado e nos impede de vislumbrar um final feliz. Quando batemos incessantemente àquela porta que teima em não se abrir, em deixar-nos entrar de novo naquela casa, com a fome de lá habitar. Parte-nos o coração. E alimenta-se a tristeza. Tantas são as investidas falhadas mas, continuamos a tentar, tal moinho de vento que gira no vendaval sem descanso.
“Poder-se-á querer ter alguém, sem querer também ser querido por essa pessoa?"
Mantenho a resposta do autor. “Eu não sei”. Não posso saber. Sei que gosto, que quero, mesmo que a outra pessoa não corresponda ao mesmo sentimento. Por vezes acredito que seria mais fácil não podermos gostar de quem não nos quer… A vida nunca foi justa… E só temos aquele sentimento… que procuramos completar. Mesmo que provoque dor…
Hummm… Como te quero…
Nenhum comentário:
Postar um comentário